Henrique VIII, nasceu no Palácio de Placentia em Greenwich no dia 28 de junho de 1491.
Henrique VIII foi o terceiro filho de Henrique VII e de Elizabeth de York. Apenas três dos filhos de Henrique VII, Arthur, Margareth e Mary sobreviveram à infância.
Em 1493, o jovem Henrique foi nomeado Condestável do Castelo de Dover e Lorde Guardião dos Cinco Portos. Em 1494, ele recebeu o título de Duque de York . Mais tarde foi nomeado Conde Marechal da Inglaterra e Lorde Tenente da Irlanda embora estivesse com apenas três anos.
Quando seu irmão Arthur morreu em 1502, Henrique se tornou o próximo herdeiro ao trono e logo depois, foi apontado Príncipe de Gales. Quando seu pai faleceu em 1509, Henrique se tornou Rei da Inglaterra e Lorde (mais tarde Rei) da Irlanda, posições que ele manteve até sua morte em 28 de janeiro de 1547.
Henrique é famoso por ter se casado seis vezes e por ter sido mais poderoso do que qualquer outro monarca britânico.
Eventos notáveis em seu reinado, incluem a ruptura com a Igreja Católica Romana e o subsequente estabelecimento da independência da Igreja da Inglaterra, a Dissolução dos Monastérios e a união entre a Inglaterra e Gales.
Ele é conhecido por ter sido um ávido jogador de dados. Durante a juventude ele se destacou nos esportes, especialmente nas justas, caçadas e tênis. Ele também foi um bom músico, autor e poeta. Henrique também se envolveu na construção e na recuperação de diversos prédios importantes, inclusive da Abadia de Westminster.
Início do Reinado[editar | editar código-fonte]
O pai de Henrique já o havia prevenido com relação ao casamento com Catarina de Aragão. No entanto, o Rei Fernando II de Aragão estava ansioso para que o casamento ocorresse logo, e Henrique VIII então casou com Catarina de Aragão, nove semanas após ter subido ao trono.
A primeira gravidez da Rainha Catarina, terminou com um aborto espontâneo em 1510. Depois ela deu à luz um filho, Henrique em 1 de janeiro de 1511, mas ele viveu apenas até 22 de fevereiro. Ela ainda teve uma criança que viveu muito pouco e um natimorto. Então, em 1516, a Rainha Catarina teve uma menina, Mary, que sobreviveu até se tornar adulta e se tornou mais tarde Rainha Mary I.
A Grande Questão do Rei[editar | editar código-fonte]
A subida ao trono de Henrique VIII foi a princípio, a mais pacífica que a Inglaterra vivia após muitos anos.
Mas o povo inglês não confiava em mulheres governantes, e Henrique sentiu que só um herdeiro homem poderia manter seu trono. Embora a Rainha Catarina tivesse ficado grávida por sete vezes (a última foi em 1518), apenas uma criança, a Princesa Mary, havia sobrevivido à infância. Em 1526, quando ficou claro que a Rainha Catarina não poderia ter mais filhos, Henrique ficou determinado a se divorciar de Catarina, até porque ele se achava muito apaixonado por Ana Bolena.
Os incontáveis esforços para dar um fim ao seu casamento com a Rainha Catarina se tornaram conhecidos como A Grande Questão do Rei. O Cardeal Wolsey e William Warham começaram, discretamente, a argumentar sobre a validade do casamento de Henrique. A Rainha Catarina porém, atestou que seu casamento com Arthur, Príncipe de Gales nunca havia sido consumado, e portanto não havia nenhum impedimento para seu casamento com Henrique. A investigação portanto não pode continuar e foi abandonada.
Sem informar ao Cardeal Wolsey, Henrique apelou diretamente para o Papa Clemente VII, que não concordou em anular o casamento.
Foram feitas outras tentativas de persuadir o Papa para que ele consentisse. Afinal Henrique demitiu Wolsey e colocou em seu lugar outros homens da igreja, que estavam em papéis-chave do governo ao lado dos leigos.
O poder passou a pertencer a Sir Thomas More (o novo Lorde Chanceler), Thomas Cranmer (Arcebispo de Canterbury) e Thomas Cromwell, 1º Conde de Essex (Secretário de Estado).
Em 25 de janeiro de 1533, Cranmer participou do casamento de Henrique e Ana Bolena. Em maio, Cranmer proferiu que o casamento de Henrique com Catarina era sem valor e logo depois declarou o casamento com Ana Bolena válido.
A Princesa Mary foi julgada ilegítima e foi substituída como herdeira presuntiva do trono, pela nova filha da Rainha Ana, a Princesa Elizabeth. (Ambas eram herdeiras presuntivas, porque no caso do nascimento de um irmão – um herdeiro masculino- seria ele a herdar o trono e a sua irmã ficaria em segundo lugar).
Catarina perdeu o título de Rainha, se tornando a Princesa Viúva de Gales; Mary não era mais uma Princesa, apenas uma Lady.
Sir Thomas More, que deixou o cargo em 1532, aceitou a decisão do Parlamento de tornar Ana, Rainha, mas se recusou a aceitar sua autoridade religiosa. Ele insistia no fato de que o Papa permanecia no comando da Igreja. Isso resultou em que ele foi acusado de alta traição, e degolado em 1535. Pela igreja, ele foi visto como um mártir e a Igreja Católica o tornou santo.
Revolta Religiosa[editar | editar código-fonte]
A resposta do Papa a esses eventos, foi a excomunhão de Henrique em julho de 1533.
A isso se seguiu a revolta religiosa. Instigado por Thomas Cromwell, o Parlamento aprovou diversos Decretos que selavam as decisões do Rei até vedar a apelação à Roma, na primavera de 1534 (isso significava que o divórcio na Inglaterra podia ocorrer sem a necessidade da permissão do Papa).
O Parlamento validou o casamento entre Henrique e Ana com o Decreto de Sucessão de 1534. Qualquer oposição à política religiosa de Henrique foi rapidamente suprimida.
Vários monges descontentes foram torturados e executados. Cromwell, para quem foi criado o posto de Legatário Espiritual, e Vigário Geral, foi autorizado a visitar os mosteiros. Foi anunciado que a visita era para se certificar de que todos seguiam as instruções do rei mas na verdade, era para tomar posse de suas riquezas.
Ana de Cleves por Hans Holbein
Em 1536, um Decreto do Parlamento permitia que Henrique tomasse posse dos monastérios menores (aqueles com renda anual de 200 libras ou menos).
Em 1536, a Rainha Ana começou a perder o interesse de Henrique. Após o nascimento da Princesa Elizabeth, a Rainha Ana teve duas gravidezes que terminaram em abortos espontâneos ou natimortos.
Henrique VIII no entanto, já estava interessado em outra dama de sua corte, Jane Seymour.
Para se livrar de Ana, Henrique mandou prendê-la sob as acusações de ter usado bruxaria para levá-lo ao casamento, ter tido relações adúlteras com outros cinco homens, incesto com seu irmão, lançar injúrias sobre o Rei e conspirar para matá-lo, tudo isso era traição.
As acusações eram basicamente falsas. A corte para julgar o caso era presidida pelo próprio tio de Ana. Em maio de 1536, a Corte condenou Ana e seu irmão a morte, as opções eram queimar na fogueira ou decapitação, o que o Rei preferisse. Os outros quatro homens com quem alegaram que Ana havia se envolvido, foram sentenciados a serem enforcados e esquartejados.
O irmão de Ana foi decapitado logo após o julgamento e os outros quatro tiveram a sentença reduzida à decapitação.
Apenas poucos dias após a execução de Ana em 1536, Henrique casou com Jane Seymour.
O Decreto de Sucessão de 1536 declarou que os filhos de Henrique com a Rainha Jane seriam os próximos na linha de sucessão, e declarava ilegítimas, ambas as filhas, Lady Mary e Lady Elizabeth, com isso as excluindo da sucessão.
Ao Rei era dado o poder de determinar a linha de sucessão conforme seu desejo.
Jane deu à luz um filho, Eduardo, em 1537 e morreu duas semanas depois. Após a morte de Jane, toda a corte ficou de luto com Henrique por algum tempo.
Henrique a considerava como sua verdadeira esposa, sendo a única que lhe deu o filho varão que ele tão desesperadamente buscava. Na mesma época de seu casamento com Jane Seymour, Henrique concordou com os Atos das Leis em Gales, em 1535, que, legalmente anexavam o País de Gales à Inglaterra, formando assim uma única nação.
Henrique também continuou com a perseguição aos seus oponentes religiosos. Em 1536 uma revolta, conhecida como Peregrinação da Graça estourou no norte da Inglaterra. Henrique concordou que o Parlamento ouvisse suas queixas e concordou em garantir um perdão geral a todos os envolvidos.
Ele não manteve nenhuma das promessas, então uma segunda revolta ocorreu em 1537. Como resultado, os líderes da rebelião foram condenados por traição e executados. Em 1538, Henrique sancionou a destruição dos templos dos Santos da Igreja Católica. Em 1539 os monastérios remanescentes na Inglaterra foram todos dissolvidos e suas propriedades foram transferidas para a Coroa.
Últimos Anos[editar | editar código-fonte]
O único filho homem de Henrique que sobreviveu, não era uma criança saudável. Portanto, Henrique queria casar novamente para garantir que um filho homem pudesse sucedê-lo.
Thomas Cromwell sugeriu Ana de Cleves, a irmã do Duque Protestante de Cleves, que era visto como um importante aliado no caso da Igreja Católica Romana atacar a Inglaterra.
Hans Holbein, o Jovem, foi enviado à Cleves para pintar um retrato de Ana para o Rei. Depois de ver o retrato elogioso e de ouvir de seus cortesãos, uma descrição complementar de Ana, Henrique concordou em casar com ela.
Quando Ana chegou à Inglaterra, contam que Henrique achou a moça muito sem graça, chamando-a de "Flanders Mare" (Mare significa égua e talvez ele tenha achado que Ana parecia um cavalo belga apreciado nas guerras pelo seu tamanho enorme e força bruta).
Na pintura, ela não mostra os sinais de varíola que cobriam seu rosto.
Mesmo assim, Henrique casou com ela em 6 de janeiro de 1540. Mas logo, logo, Henrique quis dar fim no casamento, não apenas por causa de seus sentimentos pessoais mas por causa de considerações políticas.
O Duque de Cleves se envolveu numa disputa com o Imperador do Sacro Império Romano com quem Henrique não tinha a mínima vontade de discutir. A Rainha Ana não tentou evitar que Henrique conseguisse uma anulação. Ela atestou que seu casamento nunca foi consumado. O casamento logo foi anulado, pouco menos de seis meses após começar, com a desculpa que Ana já tinha sido escolhida previamente para casar com outro nobre europeu.
Henrique VIII por Holbein
Ela recebeu o título de “Irmã do Rei”, e recebeu Hever Castle, que foi residência da família de Ana Bolena, e eventualmente sobreviveu tanto a Henrique como às suas duas últimas esposas.
Thomas Cromwell no entanto, perdeu os favores de Henrique por causa de seu papel no arranjo do casamento e mais tarde foi decapitado.
Em 28 de julho de 1540 (no mesmo dia em que Cromwell foi executado) Henrique casou com a jovem Catherine Howard, prima em primeiro grau de Ana Bolena.
Logo após o casamento, no entanto, a Rainha Catherine foi acusada de ter cometido adultério contra Henrique. Um Decreto do Parlamento a condenou a morte. Seu casamento foi anulado pouco antes da execução, que foi em 13 de fevereiro de 1542. Ela tinha apenas 18 anos.
Henrique casou com sua última esposa, a rica viúva Catherine Parr, em 1543. Ela discutiu com Henrique sobre religião; ela era protestante, mas Henrique permanecia católico.
Ela ajudou Henrique a a se reconciliar com suas duas filhas, Lady Mary e Lady Elizabeth.
Em 1544, um Decreto do Parlamento as recolocou na linha de sucessão após Eduardo, embora elas ainda fossem ditas ilegítimas. O mesmo Decreto permitia a Henrique determinar a sucessão ao trono conforme a vontade do Rei.
Uma frase para lembrar o destino das esposas de Henrique é: “divorciada, decapitada, morta, divorciada, decapitada, sobrevivente.”
Morte e Sucessão[editar | editar código-fonte]
Quando bem mais velho, Henrique ficou muito obeso, sua cintura media 1,37 cms. e possivelmente ele sofria de gota.
O fato de Henrique engordar dessa maneira datava de um acidente numa justa em 1536. Ele sofreu uma ferida na coxa que não apenas o impedia de fazer exercícios, como gradualmente se tornou infeccionada e, provavelmente foi uma causa indireta de sua morte, que ocorreu no Palácio de Whitehall em 28 de janeiro de 1547
Henrique VIII foi sepultado na Capela St. George no Castelo de Windsor, próximo de sua esposa Jane Seymour.
Quem o sucedeu foi seu filho Eduardo, mas dentro de uma década após sua morte, todos os seus três filhos sentaram no trono da Inglaterra.
Fonte: WikiLivros
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