quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Morreu Gorge Bush, Um Republicano Cristão



George H.W. Bush, 41º presidente dos Estados Unidos, morreu na sexta-feira, 30 de novembro de 2018
George H.W. Bush, 41º presidente dos Estados Unidos, que morreu na sexta-feira (30), foi episcopaliano durante toda a vida, parte da aristocracia do cristianismo fundador dos Estados Unidos. Mas, como candidato presidencial, fez parte da abertura republicana ao movimento evangélico, algo que transformou a paisagem nacional.

Uma missão de bombardeio aéreo que o levou a cair no oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial e a morte de sua filha menor de leucemia foram alguns dos momentos em que ele disse que recorreu a Deus e à oração.

Em sua infância, Bush frequentou a igreja Christ Episcopal, em Greenwich, Connecticut. Seu pai, Prescott Bush, foi senador republicano do Connecticut. A mãe do futuro presidente, Dorothy Walker, costumava ler para sua família trechos do “Livro Episcopal de Orações Comuns”.

“Ele era episcopaliano por tradição. Sua mãe era extremamente devota, ela lia todos os livros. Ele amava sua mãe e por isso amava a tradição”, disse ao jornal The Washington Post em abril Doug Wead, que foi assistente especial do presidente e co-escreveu com ele o livro “George Bush, Man of Integrity”, publicado em 1988.

Muitos casamentos da família Bush são celebrados na igreja St. Ann’s Episcopal, em Kennebunkport, Maine. O reverendo Billy Graham também foi convidado a pregar na igreja, como ele relatou em seu livro “Just As I Am”.

Em reportagem do Washington Post de 1988, um primo de George H. W. Bush, George Herbert Walker III, teria dito que o presidente praticava “um cristianismo feliz, raramente enfatizando o sofrimento ou o pecado. Era um cristianismo otimista, do tipo ‘cumpra o seu dever’, ‘é um mundo maravilhoso lá fora’.”

Ao longo de sua vida Bush foi indagado sobre sua fé em Deus. Ele relacionava algumas de suas recordações de acontecimentos históricos à oração e a Deus. No dia 7 de dezembro de 1941 ele ainda era estudante da Phillips Academy, colégio interno de base calvinista, em Andover, Massachusetts.

“Tínhamos ido à igreja, ao serviço religioso obrigatório. Saímos e estávamos atravessando o campus quando alguém disse que Pearl Harbor tinha sido bombardeado”, ele contou à CNN em 2012.

Um dos momentos de consciência da fé que Bush citava com mais frequência ocorreu após uma missão de bombardeio aéreo em setembro de 1944. Quando seu avião sofreu uma avaria, Bush, aviador naval, saltou de paraquedas no oceano Pacífico. Ele teria se perguntado: “Por que fui poupado? O que Deus tinha reservado para mim?”

“Bush sentiu sem sombra de dúvida que viveu um momento espiritual na Segunda Guerra Mundial”, disse Wead. “Alguma coisa lhe aconteceu lá, e ele teve várias outras experiências ao longo da vida. Quando lhe perguntavam se ele tinha renascido, ele dizia ‘não houve um momento específico acima de todos os outros que eu possa dizer que foi quando tudo mudou para mim, houve vários. E aquele resgate na Segunda Guerra Mundial foi um desses momentos.’”

Bush e sua esposa, Barbara, se casaram em 1945 na Primeira Igreja Presbiteriana, em Rye, Nova York, a cidade natal de Barbara. Quando se mudaram para o Texas, no início da década de 1950, inicialmente frequentaram uma igreja presbiteriana, segundo o livro “Religion and the Oval Office”, de Gary S. Smith.

Segundo o livro, Bush disse que a fé dele e de Barbara “realmente nos amparou” quando sua filha Robin morreu de leucemia aos 3 anos de idade, em 1953.

De acordo com o Centro Pew de Pesquisas, Bush foi um dos 11 presidentes americanos que se identificaram como episcopalianos —denominação que tem origem anglicana. Em Houston, para onde ele e Barbara Bush se mudaram em 1960, eles frequentavam a Igreja Episcopal St. Martin’s, onde foi realizado o funeral de Barbara na primavera deste ano.

Bush começou a falar publicamente sobre suas crenças religiosas quando se tornou candidato presidencial. Ele precisou falar do movimento evangélico crescente, diz Wead, e, quando ele era vice-presidente, a discussão era sobre como ele poderia formar um relacionamento com esse movimento e demonstrar respeito por ele.

“Não demorei a descobrir que, na minha opinião, ele estava em uma jornada espiritual”, diz Wead. “Em um primeiro momento, pareceu que tudo era política. Mas depois comecei a perceber que ele estava definindo suas próprias crenças, burilando-as, e ouvindo o que acreditavam outras pessoas e essas outras tradições, filosofias e teologias.”

Em 1988, quando era candidato a presidente, Bush concorreu com o candidato democrata Michael Dukakis, que defendia o direito ao aborto.

No segundo debate presidencial, em 13 de outubro de 1988, Bush disse: “Considero a vida humana muito, muito preciosa. E, vejam bem, esta não foi uma decisão fácil para mim. Sei que outros discordam dela. Mas quando eu estava naquela igrejinha do outro lado do rio em relação a Washington e vi nosso neto batizado em nossa religião, fiquei muito feliz mesmo porque a mãe não abortou aquele filho e o ofereceu para adoção (seu filho Marvin Bush e a esposa dele, Margaret Conway, adotaram duas crianças). Então estou partindo disso. E é algo pessoal. Não ataco [Michael Dukakis] com relação a essa questão, nem critico outros com relação a isso. Mas é assim que eu, George Bush, penso sobre isso.”

Fonte: FG

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