Cardeal O’Brien já havia dito que não participaria da escolha do novo papa
Após renunciar na semana passada do posto mais importante da Igreja Católica da Grã-Bretanha, o cardeal Keith O’Brien admitiu neste domingo (3) que teve uma ‘conduta sexual inapropriada’.
Em um comunicado, O’Brien pediu perdão às pessoas que ele “ofendeu”, à igreja católica e à população da Escócia, de onde era chefe da Santa Sé.
O cardeal, que tem 74 anos, havia deixado o cargo na segunda-feira, após ter seu nome envolvido no centro de um escândalo ocorrido há três décadas. Ele é acusado por três padres e um ex-sacerdote de ter se “comportado de maneira inapropriada” nos anos 80. Os quatro afirmaram que foram vítimas de assédio sexual por parte de O´Brien.
Em entrevista ao jornal inglês The Observer, o ex-sacerdote relatou que o cardeal se aproveitava das orações noturnas para manter “contatos inapropriados”.
Momento ruim
“Gostaria de aproveitar a oportunidade para admitir que, em alguns momentos, minha conduta sexual não foi compatível com os padrões esperados da minha pessoa, como padre, arcebispo e cardeal”, disse O´Brien na nota.
Para o correspondente da BBC em Roma, David Willey, a admissão pública do cardeal ocorreu no pior momento possível para o Vaticano. “Isso porque a confissão vem à tona no mesmo dia reunião em Roma com cardeais de todo o mundo para começar as discussões sobre o próximo papa.. No entanto, esse conclave vem sendo ofuscado por acusações de escândalos, intrigas e traições na hierarquia do Vaticano”, disse Willey.
“E assim a credibilidade da Igreja Católica Romana vai ser ainda mais arranhada pela confissão do cardeal O’Brien”.
O cardeal já havia dito que não viajaria a Roma para participar do conclave.
“Eu agora vou passar o restante da minha vida aposentado. Não terei mais nenhuma participação na vida pública da Igreja Católica da Escócia”, disse, em seu comunicado, o cardeal O’Brien.
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Fonte: BBC Brasil
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