“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8).
“Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome” (Ap 22.3,4).
A necessidade de preparação
Pode ser que Jesus volte em nossa geração – mas quem poderá ver Deus? Somente os limpos de coração. A volta de Cristo não pode ser enfrentada como se não precisasse de preparação. Do jeito que estamos agora, não seria bom que ele voltasse; se não tivermos o coração limpo, o efeito será catastrófico. O fogo que sai de seus olhos nos fulminaria!
“Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome” (Ap 22.3,4).
A necessidade de preparação
Pode ser que Jesus volte em nossa geração – mas quem poderá ver Deus? Somente os limpos de coração. A volta de Cristo não pode ser enfrentada como se não precisasse de preparação. Do jeito que estamos agora, não seria bom que ele voltasse; se não tivermos o coração limpo, o efeito será catastrófico. O fogo que sai de seus olhos nos fulminaria!
Sabendo disso, ele prometeu enviar um ministério chamado Elias para preparar o caminho antes de sua vinda. Isso é necessário não apenas porque seria desastroso para nós se ele voltasse e ninguém estivesse preparado, mas também porque frustraria totalmente seu propósito de nos criar. Você pode imaginar a decepção que seria se ele voltasse depois de tantos anos em que os céus o retiveram, e não houvesse ninguém com coração puro para recebê-lo? Todos seriam destruídos com sua presença!
Portanto, a exortação de Deus para nós agora é que nos preparemos para sermos preparados (por ele e para ele)! Precisamos desesperadamente que Deus nos dê desejo ardente por um coração puro, para que ele possa vir. Ao falar sobre os últimos dias, Jesus sempre enfatizava a necessidade de estar preparado para sua volta.
Veja um bom exemplo disso em Lucas 21.34-36: “Olhai por vós mesmos; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia vos sobrevenha de improviso como um laço. Porque há de vir sobre todos os que habitam na face da terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do Filho do homem”. Veja as palavras que ele usa: “Olhai por vós mesmos”, “vigiai”, “orando”, “para estar em pé na presença do Filho do homem”.
Essa é a ênfase em todas as passagens que falam sobre a segunda vinda. Cuidado para não ficar envergonhado, para não ser tomado de surpresa, para não querer fugir ou clamar para os montes o cobrirem. Que estejamos em paz, na luz, com as lâmpadas acesas, vestidos, atentos, com expectativa. Que todos os nossos pecados realmente tenham sido confessados e perdoados, e que não exista em nós nada que lhe desagrade. E que ele, olhando em nossos olhos, olho no olho, não veja em nós nada de trevas, de escuridão, de desejos escusos. Aí, ele poderá dizer: “Venham, benditos do meu Pai, entrem no reino preparado para vocês”. Que não haja nenhuma sombra, nenhuma dúvida, nenhuma área escura, nenhum momento na frente do computador vendo pornografia, nenhuma atitude de ambição, de maledicência, de orgulho, de se achar mais que os outros, de querer coisas em vez de querer só a ele, e assim por diante.
O Espírito Santo tem toda a habilidade necessária para colocar o dedo nas coisas erradas em nosso coração. Às vezes, até para fazer a “obra de Deus”, temos motivações erradas; se ele aparecesse agora, coraríamos de vergonha. Ninguém está preparado para a volta de Cristo, mas ele vai mandar a preparação. Você está pronto para a preparação que ele vai mandar? Você está ansioso para ser preparado?
Desejando o preparadorEis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim [o caminho não é fora de nós – é dentro de nós]; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos. Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros; assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao Senhor ofertas em justiça. Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos. (Ml 3.1-4)
Essa passagem contém uma promessa e uma ameaça. Ele diz que “de repente, virá o Senhor”. Ele não está referindo-se à segunda vinda de Cristo. No contexto, percebe-se que o profeta está reportando-se à vinda do mensageiro antes da volta de Cristo. Esse mensageiro virá quando nós desejarmos, quando ansiarmos, quando dissermos: “Vem, Senhor Jesus, purifica a tua Noiva, para que, quando voltar, o Senhor não passe vergonha – e ela, vergonha muito maior. Senhor, não aguentamos mais a Igreja do jeito que está, a nossa vida do jeito que está, a nossa família do jeito que está. Muito obrigado pelas coisas boas que temos recebido e experimentado, mas existe muito mais; o Senhor não pode voltar para uma Igreja assim”.
Hoje, temos apenas pingos; queremos chuva abundante, queremos fogo, queremos a salvação de milhões, não apenas de um ou outro aqui ou acolá. Não queremos orações que procedam da boa vontade humana, mas que não passem do teto. Queremos orações como batatas quentes, nas quais o inimigo não consiga encostar a mão, que atinjam o coração de Deus e que sejam respondidas com fogo. Queremos a santidade que salta aos olhos, que faz as pessoas nos pararem na rua e perguntar: “O que é que você tem?” Que faz as pessoas fugirem de nós como de Moisés quando estava com o rosto brilhando.
Não queremos apenas essa pequena medida da graça que alcançamos até agora. Queremos que nossa sombra cure pessoas como acontecia com a sombra de Pedro. Queremos que nossos lenços de uso pessoal levem libertação de enfermidade e opressão para as pessoas como se dava com os lenços de Paulo. Queremos discernimento para ferir com cegueira as pessoas que se opõem ao evangelho, como Paulo fez.
Não podemos aceitar uma igreja que tem poder para curar milhares de pessoas, mas, ao mesmo tempo, está envolvida em grandes escândalos de corrupção financeira. Não queremos ver irmãos fazendo o mal e criticando os outros enquanto o mundo observa e diz: “Veja a Igreja de Jesus Cristo, como eles se odeiam!” Não queremos multidões de pessoas enchendo os templos enquanto os escândalos enchem os jornais. Queremos uma igreja pura e santa, na qual homem algum recebe a glória, mas somente Jesus Cristo; na qual as pessoas dizem: “Como fulano pode fazer tais coisas? Não pode ser ele, tem de ser o próprio Jesus!”
Malaquias diz que esse mensageiro prometido por Deus é aquele “a quem vós buscais”. Em suas orações, você tem buscado o quê? Se tem buscado a preparação para a volta de Cristo, pode estar certo de que está apressando a vinda desse mensageiro. Você tem expectativa de que Jesus apareça qualquer dia numa reunião de sua igreja? Você acredita que ele vai entrar, que vamos nos derreter em sua presença e sair de lá totalmente transformados?
Foi exatamente isso o que aconteceu no avivamento da Rua Azusa. Havia ali dois irmãos que oravam juntos antes de o avivamento chegar. Numa determinada noite, Jesus entrou no lugar onde estavam. Ele não disse nada, mas sentiram sua presença e tiveram uma experiência maravilhosa, inesquecível. Tiveram força para orar muito mais depois que Jesus lhes apareceu e, posteriormente, no avivamento, muitas pessoas também experimentaram sua presença e receberam cânticos dos céus.
A graça de Deus não ficará restrita a apenas algumas pessoas que estão orando, mas se espalhará pela face da Terra. Oração não deve ser feita para satisfazer seu senso de justiça própria; você não deve orar para merecer alguma coisa. Você não vai ganhar um troféu por estar orando. Você só deve orar com a motivação de querer fazer parte de um grande clamor que vai crescer cada vez mais no meio do povo de Deus. “Jesus, ansiamos por tua vinda, mas não estamos preparados! O que podemos fazer? Vem logo nos preparar! Envia o mensageiro prometido que nos tornará uma Noiva perfeita e pura para ti!”
A promessa do “de repente”“E de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos.” A promessa é bem clara: ele virá. Porém, quanto maior for a nossa ansiedade por sua vinda, mais nos parecerá que está demorando muito!
Recentemente, eu estava com outro irmão na sala de oração, e estávamos desesperados, desanimados. Comecei a orar: “Até quando vamos orar, e o Senhor não vai responder? Por que demoras? Qual o motivo do atraso?” Aí, lembrei-me da pergunta de Habacuque: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás?” (Hc 1.2). Depois ele diz: “Vou ficar na torre de vigia, vigiando até ouvir a resposta” (Hc 2.1 – resumindo com minhas palavras). E Deus responde: “Escreve a visão… pois a visão é ainda para o tempo determinado, e se apressa para o fim. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente virá, não tardará” (Hc 2.2,3).
Que resposta enigmática! Afinal de contas, vai demorar ou não? Até quando? E Deus fala: “Não vai demorar, mas, se demorar, espera, porque certamente virá, não vai demorar!” A gente fica na mesma com uma resposta dessas, mas o que interessa é que Deus respondeu! Quando Deus responde, você recebe novas forças para orar e perseverar.
Agora, orar por orar, orar porque é bonitinho, porque é santinho não vai resolver nada. É preciso orar buscando, orar querendo que chegue a resposta para a oração. E aí vem uma expressão maravilhosa neste texto de Malaquias: “e de repente virá ao seu templo o Senhor”. Vai acontecer um “de repente”! Você acredita nisso? Anseia por isso?
Existe todo um processo de buscar ansiosamente e não acontecer nada. Existe uma frustração crescente com o desejo ardente por Deus e uma sequidão cada vez maior. Parece que a oração intensa só piora a situação. Porém, podemos achar consolo, porque esse não é o fim da história. Há um “de repente” prometido por Deus. Não sabemos onde nem quando, mas que vai acontecer, vai!
Portanto, Jesus voltará, nós precisamos estar preparados, mas não conseguimos nos preparar! É por isso que ele enviará o preparador. Cabe a nós desejar esse preparador. “Jesus, quero que o Senhor volte, mas sei que no momento não estou preparado. Quero ter um coração puro, mas não consigo me purificar.” O Senhor prometeu enviar um mensageiro. Ele virá… Mas quando? E de que maneira? Devagarzinho? Não; de repente! Pode ser que demore, mas estamos buscando, estamos desejando e, de repente… ele virá.
O processo de purificaçãoSó que, em seguida, vem a pergunta: “Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá quando ele aparecer?” Sua vinda será bênção ou ameaça? Os primeiros toques da presença de Deus são como a chuva: agradáveis. Sentir o amor de Jesus, a cura, a libertação da culpa, o alívio, o perdão, a salvação – tudo isso é maravilhoso! Só que essas coisas são para as multidões que ficam à distância. Aos discípulos que chegam perto de Jesus, ele diz o seguinte: “Se você não negar a si mesmo, se não largar tudo, não pode ser meu discípulo”.
Você quer ficar de longe, só recebendo respingos, ou quer chegar perto e gozar a intimidade com Jesus? Se quiser, ótimo, mas quem suportará? Porque ele vem como fogo e como sabão de lavandeiro, que é alvejante – uma substância que tem aversão a qualquer coisa que tenha cor. O alvejante persegue tudo o que é colorido. Só não ataca roupa de tecido branco. Da mesma maneira, Jesus vem com um ácido “antipecado” e acha, em sua vida, coisas que você nem imaginava que existissem. Ele revelará seu passado aos olhos de Deus, o que lhe dará tanto nojo que sentirá vontade de vomitar. “Eu achava até que era bonzinho…” É por isso que diz: “Quem suportará?” Pois acabar com a autoimagem é uma experiência terrível, horrenda mesmo.
Além disso, é um processo que não é rápido. O versículo diz que ele “se assentará”. Ele não vai ficar em pé porque será demorado. Ele nos queimará como o fogo do ourives, que derrete o ouro para remover toda impureza. Ele vai pegar a roupa que usaremos no último dia, diante do trono de Deus, e vai deixá-la totalmente branca. Nós vamos sair desse processo tão puros e santos que fogo sairá dos nossos olhos também. Jesus vai poder voltar porque já terá uma igreja gloriosa, sem mancha nem ruga, nem qualquer coisa semelhante. Você acredita nisso?
Muitas vezes, nas últimas semanas, em nosso grupo de oração, o Espírito Santo tem vivificado as palavras dessa passagem em meu coração. Sinto que Deus está falando conosco. Eu não sei quando virá esse de repente, mas anseio por ele. Quando vier, não vamos mais criticar nem falar mal dos outros; teremos tamanho nojo de nós mesmos que falar dos outros perderá o sabor. Esse nojo, a Bíblia diz, é uma parte importante da Nova Aliança e dura eternamente (Ez 16.61-63; 20.43; 36.31). Não traz mal algum; pelo contrário, é um trauma bendito que nos livra do orgulho, a pior coisa que existe. Nunca mais seremos orgulhosos porque saberemos de fato quem somos. E não ficaremos deprimidos ou desanimados com essa “revelação”. Pelo contrário, ficaremos libertos. Todas as vezes em que o diabo nos ameaçar, dizendo “Eu vou desmascará-lo”, ou “Vou mostrar aos outros quem você é”, poderemos responder: “Pode mostrar mesmo; se quiser, posso contar mais ainda, porque sei bem mais do que você sobre as minhas maldades!” Assim, estaremos livres de todas as coisas espúrias, livres para pertencer a Jesus, por mérito dele e não nosso. Essa é a promessa de Deus, a verdadeira salvação.
De início, porém, é algo meio assustador; por isso é que ele diz: “Quem suportará?” Passará uma peneira pela igreja. As pessoas que só querem bênçãos vão cair fora, mas quem quer Jesus pra valer vai ficar e sair depurado. Finalmente, haverá um povo que anunciará ao mundo a vinda de Jesus Cristo, a vinda do rei Jesus. Glória a Deus!
O tema desta edição da revista Impacto é “Ir Além”. Não é para ninguém que quer ficar do jeito que está, que acha que a igreja está bem do jeito que está, que a vida está boa do jeito que está. “Eu só quero ir às reuniões para manter minha salvação. Não quero que Deus me mande para o inferno. Quero conservar o meu talento, vou embrulhá-lo num lencinho e enterrá-lo.” Se esse é o seu caso, esta mensagem não é para você. Pode parar de lê-la agora porque não vai extrair nenhum proveito.
Mas se você quer ser purificado; se tem fome e sede de justiça; se acha que sua fome é pouca e quer aumentá-la; se está insatisfeito com sua vida espiritual, sua oração, sua pregação, seu testemunho ao mundo, com as reuniões ou os líderes, então continue lendo, porque a mensagem é para você. (Estar “insatisfeito” não significa achar que a oração ou as reuniões são ruins, mas que o nível da vida de Deus nelas é insuficiente.)
Você quer ir além do que já foi até hoje em todos os sentidos? Você deseja que, daqui a um ano, a reunião dominical de sua igreja seja completamente diferente? Você deseja que sua vida passe por uma metamorfose radical, que Deus o incomode e não o deixe dormir à noite de tanta vontade de orar? Se deseja ter fome e sede, se deseja ser incomodado por Deus, se quer ficar ansioso para ir além, por favor, faça uma pausa em sua leitura para orar da seguinte maneira:
“Deus, eu desejo muito mais do que tenho experimentado até hoje. Olha para mim agora, Senhor, e não deixes que eu fique em paz com a vidinha mixuruca que tenho agora. Torna-me uma pessoa insatisfeita, uma pessoa que clama, que ora, que chora, que chora pelos meus vizinhos, pela minha família, pelos meus filhos, que chora pela situação do mundo. Torna-me uma pessoa que chora, que tem lágrimas. Oh Deus, olha para mim nesta hora. Não me deixes do jeito que estou, não quero ficar assim. Quero ter mais fome, mais sede, mais desejo de ti. Eu quero isso, Senhor Jesus, em teu nome. Amém.”
Por: Harold Walker.
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