1. Eu poderia iniciar aqui pressupondo que você aprendeu a fazer exegese. Se você o sabe, perdoe-me se minhas dicas parecerem primárias, assim, peço que tenha paciência e continue lendo. Estas sugestões têm basicamente o intuito de ser um “como fazer”, e escrevi pensando em seminaristas, pastores e pregadores iniciantes que desejam aperfeiçoar-se na honrada tarefa da pregação.
2. Ok, sigamos então selecionando o livro ou porção das Escrituras. Leia-o todo, e faça isso repetidas vezes, até que seu conteúdo esteja claro em sua mente e consiga resumi-lo em sentenças curtas.
3. Seja diligente em fazer a reconstrução do contexto histórico. Ao ler o texto a data, local, autoria, as circunstâncias, aspectos geográficos, político, culturais, etc. precisam estar vívidos em sua mente. Caso não possa adquirir manuais de introdução sobre o AT ou NT, tenha à mão uma Bíblia de Estudo de Genebra, porque ela oferece na parte introdutória de cada grupo de livros e em cada livro estas informações.
4. Descobrir o ensino intencional do autor é o objetivo do pregador. O que determina significado no texto é responder: o que ele quis dizer? Em havendo, qual problema atacava? Bem como qual dúvida ele esclarecia. E ainda o que ensinou neste texto aos seus leitores? Estruturalmente deve-se observar como do primeiro ao último versículo ele desenvolve o seu raciocínio. Isto resume ao abordar cada passagem qual era a interação do autor em relação aos seus destinatários no contexto original.
5. As conjunções devem ser respeitadas na divisão das perícopes a serem pregadas. E quando possível deve-se observá-las ao fazer as divisões do seu sermão. Estas divisões não são arbitrárias, mas direcionadas pela estrutura gramatical do próprio texto. Se o pregador tem noções gramaticais da língua original isto facilita muito, se não tem, então observe como as traduções mais recentes têm seguido as divisões das perícopes conforme a estrutura do idioma original.
6. No texto escolhido identifique as palavras-chaves ou expressões características do autor e como elas reforçam seu argumento. Verifique se ele recorre aos mesmos argumentos em outros livros que escreveu.
7. Faça a ponte da exegese para a homilética. A verdade descoberta exegeticamente precisa ser afirmada homileticamente. Em outras palavras, você precisa preparar frases tão curtas quanto possível, que resumam a ideia do autor, e fazer isso o mais didático possível. Neste ponto recomendo enfaticamente que você leia um livro de homilética, ou converse com um pregador experiente em como fazer isso. Não se esqueça: na pregação expositiva a estrutura homilética a ênfase do autor precisa ser colocada em relevo apontando a sequência do seu raciocínio em todo o livro.
8. Caso o pregador não domine a gramática das línguas originais recorra às diferentes versões. Entretanto, sempre é recomendável verificar como os tradutores percebem nuanças semânticas ou variações por causa da sintaxe ou da etimologia das línguas originais. Este recurso além de enriquece o conteúdo do sermão, também dinamiza a formulação das divisões do sermão.
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